segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Feliz? Só se for como José, Maria e Ana

Desisto! Não sei ser feliz!
Não posso nem escolher ser feliz!
Simplesmente porque a minha felicidade
não se limita a um corpo,
e sim a todo um povo.

Minha angustia é sartreana,
já que eu não posso escolher ser feliz,
Se sei que isso não é possível
a todos os Josés, Marias e Anas.

Me angustio por todo um mundo!
Penso, penso, penso e não esqueço,
nem por um minuto,
que meu fado é ao escolher-me,
escolher por ti e por tudo.

E é por isso que cada escolha é um parto,
Daqueles quando não existia anestesia.
Visualizo-me no quarto acolchoado,
as amarras todas brancas,
e um psiquiatra como cortesia.

Do jeito que estou
isto não deve tardar.
Quanta escolhas ainda
antes de surtar?

Talvez assim eu consiga a paz,
sozinha,
ao deixar a realidade mundana,
injusta e fria.