quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Artéria, Arteria, faça arte e ria!

Eu sai da caverna,
mas não sabia que meus fantasmas,
teriam forma de gente....
Traição, desconfiança, manipulação....
todas dentro do meu coração!

Mas fora da caverna há risos!
Risos de amor....
E há gritos também,
gritos de horror....

É onde os valores da vida 
caem pelos dedos,
como areia,
e a pedra que fica
é lançada ás veias....

Não é para matar....
A intenção é
só fazer sangrar....

Mas a artéria
sã  e salva,
bate lenta...
Mantém a vida
e a morte afugenta.

Ainda bem que meu chefão, 
o coração,
segura as pontas e sugere: 
"Artere! Faça arte e ria!"

Alguém aí quer ir comigo
apertar campainha? 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Moço beira-rio

Ai inveja desse rio
que dá nome a cidade do meu amor!
Te vê todo o dia
e dorme perto do seu calor.

Eu me lançaria também,
sem medo ao mar,
Se pudesse todo o dia
e toda noite te olhar!

Ô mar, amar...
Deixa eu ver em você,
os olhos do meu amor,
 o olhar....

Ô mar, o olhar...
De amor que espelha
 na alma a soma,
o somar....

Somar, ô mar...
Essas lágrimas salgadas
de duas almas amadas,
apesar de toda essa distância molhada.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O inverno acabou... É primavera.

O inverno acabou,
Aquele dos países ricos,
Em que os dias são curtos
e as noites escuras...

A vida gelada se foi...
Aquela em que eu tentava sobreviver muda,

sozinha e nua
numa isolada caverna escura...

 E as sombras congeladas, famintas,
imaginárias (ou não),
Buscavam o meu recanto e

minha carne crua, compulsivamente,
Como se ambos fossem sãos.

É primavera...
Não há mais sombras,
nem famintas feras...
Só um mundo colorido:
com cantos, cores e amores.
Flores se formando e
passarinhos cantores.

Eu abri a caverna...
mas permaneço nela!
Medo de novo? Sim...

São tantos botões florescendo!
Tantas vidas coloridas...
E se eu deixar uma delas morrer?
E se não houver tanto amor?

Medo de viver....
Medo da liberdade...

Medo do amor...

É tempo de derreter a neve dos meus pés,
do coração e da alma.

O inverno acabou... É primavera.

Me acostumei à sobrevida....
mas ao menos quando eu me descongelar,

sei onde é a saída.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Menina, menina....

Não pense menina, não pense..
O amor é inexplicável...
Nem um beijo é seguro,
Sozinho ele pode vir a ser
uma paixão no escuro.

Esquece menina, esquece...
Segue o amor pois a vida ensina,
Que ele é o seu caminho!
O guia simples da sua vida.

Chora menina, chora...
Chora amor,
Chora paz,
Chora alegria,
Chora pela noite, mas sempre de dia...

Morra menina, morra...
Morra jovem,
Morra de medo,
Morra no passado,
Morra de novo, porém de gozo.

Não sei menina, não sei...
Acho que deve viver....
Viva menina, viva...

sábado, 17 de abril de 2010

Meu reino por uma cigana....

Era tão seguro lá....
Comer amoras na beira do lago e
Com passarinhos cantores acordar!

Era bonito.
Era ideal.
Eu tinha um feudo e
Uma vida real.

Era tão seguro,
Estático e puro!
Havia reis e rainhas,
Os poderosos e"suas"
Submissas senhorinhas.

Havia príncipes desejados e de familia, 
E princesas com suas amigas felizes,
Por serem suas damas de companhia.

Era tão seguro também,
Poder existir para todos.
E assim se sentir protegida
em um mundo perigoso.

Eu não sabia todos os nomes,
Mas o meu, a plebe toda sabia.
Eu não queria ser conhecida,
Mas por ninguém eu era esquecida.

Ah... Era tão seguro!
Existir de fora pra dentro.
Eu conhecia a máscara,
Mas por baixo dela,
Minha alma jazia,
Desconhecida e sem tormento.

E era tão seguro,
Ter uma vida vazia,
Naquele túmulo real,
Debaixo da coroa, com medo,
Eu me escondia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma paixão sem metades...

A paixão te coloca
em minha vida!
E não é que me faltava amor,
Já aprendi a senti-lo em mim
mesmo com dor.

Mas a paixão está diferente,
Ela não é  mais aquilo que preenche.
Ela faz arte com nossas linhas.
Compartilhamos nossas manias,
E eu crio novas em suas companhia.

Essa tal paixão vicia...
Há algo tão diferente nisso, 
Que confesso, não conhecia.

Antes, ela preenchia
conforme me dividia.
Agora, preenchida,
A paixão me ensina
como se compartilha uma vida.

E essa energia vai para fora,
Naturalmente...
Permaneço inteira e viva
E por hora,
inconsequente.

sábado, 6 de março de 2010

Nada melhor para o futuro do que um presente.

Nada melhor que um poema apaixonado,
para terminar um namoro mal-acabado.
Nada melhor que um encontro ao acaso,
Para sentir o amor do seu lado

Nada melhor que uma amizade cotidiana,
Para perceber toda a potência humana.
Nada melhor que uma noite enluarada,
Para descobrir dons na madrugada.

E a vida desperta,
Sem sentido.
São acasos marcados
Nas cartas de um baralho iluminado.
E o futuro parece simples,
Esperando que espontaneamente
A gente o conquiste.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cachinhos de Areia

Você bem sabe,
É toda ótima.
Mesmo que negue isso
De toda a forma.

É uma lindeza,
Mas te chateia
o seu tipo de beleza.
É talentosa,
Mas fala de seus talentos
de forma manhosa.


Até seu Samba é temperado!
E se apaixona em tempos
Em que quem ama é pirado!
Ah.. Me faz rir como ninguém...
Mas quando fala sobre a humanidade
Me deprime também!

Sua graça,
É pintar quadros
Antes de desenhados.
Negar suas maravilhas
De um jeito maravilhoso
E negar sua ingenuidade
De um jeito malicioso.

Mas, querida,
Não se preocupe com bobeiras!
A perfeição das nossas vidas,
É curvilinea como seus
Cachinhos cor-de-areia.
E com sol ou com chuva,
Assim como a vida,
Eles encantam de qualquer maneira.